sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

O QUE É UMBANDA


O QUE É UMBANDA
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Primeiramente, vamos atentar para algumas opiniões de alguns primeiros umbandistas sobre a Umbanda:

•  “A Umbanda é hoje uma religião nacional, bem nossa, bem brasileira”.

•  “Umbanda é o milagre vivo diante dos nossos olhos deslumbrados; Umbanda é ação do Cristo na sua Jornada pelo planeta, realizando a magia divina em favor da humanidade que se debate no sofrimento e na dor”.

•  “A tarefa que sobre seus ombros tomou o Caboclo da Sete Encruzilhadas – organizar a Lei de Umbanda no Brasil – é um verdadeiro milagre de fé e nos leva a um sentimento de profundo respeito por essa Entidade que se faz pequenina e procura valer-se sob a capa de uma humildade perfeita. É a ele que se deve a purificação dos trabalhos nos Terreiros. Não veio destruir o ritual e sim lhe dar força e métodos, manter sua pureza e propagá-lo com a sua organização maravilhosa”.

•  “Religião de raízes antiqüíssimas, cujas origens remontam a eras anteriores ao cristianismo, sua liturgia encontra-se a cada passo do Velho e do Novo Testamento, nos Templos do Egito e da Índia e na própria Igreja Católica. Por mais remota que seja uma religião, nela encontraremos os vestígios da Umbanda, ou seja, sob outro ponto de vista, de cada uma delas a Umbanda dos nossos dias colheu uma contribuição para consolidar a sua própria liturgia. Mas assim como a velha religião mosaica, à qual pertenciam os homens que falavam face a face com o próprio Deus, teve de ser expurgada por Jesus de todo rito impuro, a Umbanda deixou para trás a seita que os cientistas classificavam de animismo fetichista e, libertada dos rituais complexos, pesados e, por vezes, contrários às normas de bondade, caridade e perdão, passou a ser o caminho mais simples e acessível para o homem se aproximar do Criador”.

•  "A religião que lhes estava destinada deveria ser uma religião eclética, cujas características principais fossem a caridade, a humildade e a perfeita tolerância para com a imensa ignorância dos homens”.

•  “Umbanda é a própria alma do mundo trabalhando em prol da regeneração dos homens”.
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(Textos de José Álvares Pessoa (Capitão Pessoa) – Dirigente da Tenda Espírita São Jerônimo (1935), uma das sete tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas)
  •  “Não cobrar, não matar, usar o branco, evangelizar e utilizar as forças da Natureza – eis a Umbanda”.
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    (Texto de Moab Caldas – umbandista eleito deputado estadual no Rio Grande do Sul em 1950).
    •  “Os conceitos emitidos através da mediunidade de Zélio de Moraes determinaram uma Linha de Trabalho que será, mais hoje, mais amanhã, aquela que definirá os rumos verdadeiros da Umbanda”.
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      (Texto de Floriano Manoel da Fonseca – Dirigente da Cabana Espírita Senhor do Bonfim – 1939).
      • “O Espiritualismo de Umbanda está aí para proporcionar Luz e Amor no entendimento e no coração dos filhos de Deus e não para promover demandas, nem atiçar a fogueira do ódio, da vingança, das represálias. Não! “A melhor maneira de se extinguir o fogo é recusar-lhe combustível”.
      (Dr. Aníbal Vaz de Melo)
      • “Se a nossa missão é Umbanda, nosso dever primordial é cultuá-la com absoluta convicção, respeitando seus princípios, estudando seus fundamentos a fim de compreender os seus fins. Respeitemos as outras crenças, mas deixemo-las a cargo daqueles que a praticam. Não é certo misturar crenças e rituais. Estudemos a Umbanda, pura, simples e bela, para que possamos praticá-la conscientemente, elevando-a ao nível que merece. Umbanda é religião e ciência admirável, que apaixona quem a ela se dedica”.
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      (Texto de Átila Nunes (1948) (pai)).
      • “O objetivo da Linha Branca de Umbanda e Demanda é a prática da caridade, libertando de obsessões, curando as moléstias de origem ou ligação espiritual, desmanchando os trabalhos de magia negra, e preparando um ambiente favorável a operosidade de seus adeptos.”
      • A Linha Branca de Umbanda e Demanda tem o seu fundamento no exemplo de Jesus.”
      • “A Linha Branca de Umbanda e Demanda está perfeitamente enquadrada na doutrina de Allan Kardec e nos livros do grande codificador, nada se encontra susceptível de condená-la”.
      • “E o amor de Deus e a prática do bem são a divisa da Linha Branca de Umbanda e Demanda”.
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      (Textos de Leal de Souza, em seu livro “O ESPIRITISMO, A MAGIA E AS SETE LINHAS DE UMBANDA – 1933”)
      • “A doutrina da Umbanda é um sistema religioso inspirado nas Leis Divinas. Sua interpretação é feita pelos Guias Espirituais que a transmitem por via das comunicações mediúnicas. A lógica, a justiça e a razão são as bases dos conceitos emitidos pelas Entidades em torno de tudo o que nos rodeia na vida terrena. A doutrina umbandista é uma via de reformação humana, de espiritualização autêntica para transformar em realidade o almejado sonho de fraternidade entre os homens. Não é falsa asserção, pois é notório o resultado obtido com a doutrina ininterruptamente feita pelos Espíritos missionários que se apresentam como Pretos Velhos ou Caboclos”.
      (Texto de João de Freitas).
      • “Umbanda se nos apresenta como a estrada luminosa e ampla pela qual podem seguir juntos, irmanados no mesmo desejo de liberdade e perfeição, no mesmo sentimento de amor e progresso, povos de todas as raças, crenças, cores e nacionalidades!
      • “Segundo dados conhecidos, a Umbanda vêm sendo praticada em terras brasileiras desde o meado do século XVI, sendo, por conseguinte, a mais antiga modalidade religiosa implantada sob o Cruzeiro do Sul, depois do Catolicismo, que nos veio com os descobridores”.
      • “A Deus o que é de Deus e a César o que é de César”: essas palavras sábias do doce Nazareno ainda aqui têm cabimento. À Umbanda não interessa nem especulação nem mistificações.
      (1º Congresso de Umbanda – Textos do Senhor Diamantino Coelho Fernandes, da Tenda Espírita Mirim – 1941)
      • “A Umbanda é uma religião porque possui culto, ritual, dirigente, oferenda, e tudo quanto uma religião devidamente organizada possui neste ou naquele grau. A Umbanda é uma ciência porque, não se limitando a aceitação cega da imposição ritualística sacerdotal dogmática, indaga, pesquisa, investiga o dito sobrenatural servindo-se dos métodos mediúnicos espíritas (mesmo quando seus adeptos não conhecem a “Terceira Revelação”) e dos métodos mediúnicos de Papus e Elifas Levi (mesmo quando as fórmulas evocativas são diferentes). A Umbanda, tanto quanto o Espiritismo é uma ciência de experimentação e passível de evolução em grau que se não pode limitar. E é a Umbanda uma religião verdadeira? Para o católico nenhuma outra religião, além da sua, é verdadeira; e a sua fórmula dogmática é: “Fora da Igreja não há salvação”. Entretanto para o estudioso de religião comparada, que, à luz da história das civilizações e da ciência, concluiu que a fonte é uma só; a Umbanda não apenas é uma religião verdadeira como é também um vasto campo de pesquisa teosófica. É, portanto, a Umbanda, como antes dissemos, uma verdadeira religião e uma verdadeira ciência”.
      (Texto retirado do Livro Codificação da Lei de Umbanda (Emanuel Zespo, Rio de Janeiro: Ed. Espiritualista, 1953, p.8 e p.47))
      • “Umbanda é a expressão de uma elevadíssima corrente espiritual que traz para o povo da América a glória de uma época de luz que ficará na história. Não é um movimento arbitrário: está obedecendo ao Plano Divino”.
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      (1º Congresso de Umbanda – Texto do Senhor Roberto Ruggiero, da delegação da Tenda Espírita Mirim – 1941)
      • “A Umbanda é qual libélula que se desvencilhou da lagarta rastejante e alçou vôos para viver uma nova vida, vida de luz, de renovação, levando em suas asas as vibrações amigas de Paz, Caridade, Perdão e Amor”.
      • “A Umbanda, esteira de luz a iluminar os filhos de Deus nos caminhos da trevas, chama a si todas as doutrinas evolucionistas que proclamam o Amor Universal, a imortalidade da alma e a vida futura, consagrando-se como verdadeira religião de caráter nacional”.
      (Textos de Jota Alves de Oliveira – 1965)

      UMBANDA – RELIGIÃO/FILOSOFIA/CIÊNCIA/ARTE
      Umbanda é uma religião milenar em seus fundamentos, cósmica em seus preceitos, evolutiva em suas manifestações, crística em seus princípios, aspectos, finalidades, postulados, e brasileira em sua origem. Explicaremos melhor:
      • É Milenar porque seus fundamentos são os mesmos que presidiam o reencontro com Deus desde o início da raça humana em nosso planeta.
      • Cósmica porque seus fundamentos culminaram com a união preconizada pelo Movimento Umbandista dos quatro pilares do conhecimento humano, que são: Filosofia, Ciência, Religião e Arte.
      • Evolutiva em suas manifestações, porque a Umbanda se manifesta em seu dia a dia, utilizando todos os recursos positivos existentes no ontem, no hoje e com certeza usará os que vierem no amanhã.
      • Crística porque os seus aspectos, princípios, postulados e finalidades estão calcados nos ensinamentos dos Mestres da Luz, principalmente no Mestre Jesus, sendo a manifestação e a vivência do Evangelho Redentor, aceitando tudo o que é bom é rejeitando tudo o que é mal.
      • Brasileira em suas origens. Como prática religiosa, surgiu e se desenvolve no Brasil.
      Do catolicismo absorveu alguns sacramentos, a crença em Jesus, na Mãe Maria Santíssima, aos Anjos e alguns Santos; da codificação kardequiana o estudo do Livro dos Espíritos, do Livro dos Médiuns e do Evangelho Segundo o Espiritismo. Dos culto-afros, absorveu a crença nos Sagrados Orixás, a Lei de Pemba, a temática de oferendas e despachos; dos cultos Indígenas, a pajelança, o uso das ervas, do tabaco e o respeito à Terra e tudo o que ela possui e, finalmente, do Ocultismo e Orientalismo toda a gama de informações sobre o mundo oculto, mantrans, pedras, incensos, concentração, meditação, etc. Isto tudo unido é Umbanda e traz uma compreensão maior do próprio homem, entendendo-se como Ser Espiritual habitante não apenas de uma cidade, país ou planeta, mas sim de todo o Universo; o papel de cada um neste contexto cósmico é revelado pela Umbanda no conhecimento das causas e origens deste mesmo Universo.
      Podemos resumir o objetivo de todos estes processos através das seguintes equações:
      • Filosofia + Ciência = Sabedoria
      • Arte + Religião = Amor
      • Sabedoria + Amor = Caridade
      • Caridade = Umbanda.
      A Sabedoria é alcançada através da Razão, e o Amor é a expressão máxima e suprema do sentimento. Assim, o caminho para atingir o binômio Sabedoria + Amor que é a Caridade expressada, através da fé raciocinada e da razão sentimentalizada; a Caridade, é a maior expressão existente do Amor. Com tudo isso sedimentado, houve por bem manifestar todos esses dons no Brasil. Surgiu então, a Umbanda.  Quem imaginaria que por trás da aparência singela de um humilde Terreiro Umbandista, existissem conceitos tão profundos e propósitos tão sublimes? Dizemos que a Umbanda é evolutiva referindo-nos, em primeira estância, as formas de apresentação do Movimento Umbandista que não só tem variações entre os diversos Terreiros, atendendo às necessidades dos que os procuram, mas também variações evolutivas do ritual de cada um desses Terreiros no decorrer do tempo.
      Este é princípio básico de expansão e evolução do Movimento Umbandista. É claro que, se as pessoas vão evoluindo e adquirindo valores espirituais superiores, é justo que os rituais reflitam esta evolução, abandonando gradativamente os aspectos da forma, e buscando a essência da vida.
      Umbanda é vibração mágica de amor e de força, que envolve e atinge a tudo e a todos. É a força mágica que abrange este crescente movimento religioso.
      Umbanda é lei que regula os fenômenos das manifestações e comunicações entre os Espíritos da Aruanda para o mundo das formas.
      A Umbanda é uma poderosa corrente espiritual, mantida no astral, para a massa humana, tendo dentro de si os aspectos religiosos, filosóficos, científicos, simbólicos, mitológicos, ritualísticos ou litúrgicos, os fenômenos da mediunidade, os da metafísica, o terapêutico e o magístico.
      A Umbanda é uma profissão de fé baseada no Evangelho de Jesus, nos ensinamentos crísticos, nos Sagrados Orixás, no trabalho com as forças da Natureza, e na manifestação mediúnica e orientação dos Espíritos que usam a roupagem arquetípica fluídica de apresentação na forma regionalizada de: Caboclos da Mata, Caboclos D´agua, Caboclos Sertanejos, Baianos, Povo do Oriente, Pretos-Velhos, Crianças, Ciganos, Curandeiros, Tarefeiros, nos trabalhos mediúnicos pró-caridade, excluindo-se o totemismo, as superstições e o sobrenatural.
      A Umbanda com sua mundividência cósmica é mais requintada com sua reflexão sobre a espiritualidade do que os sistemas religiosos extremamente homocêntricos que dominam o mundo atual. A Umbanda está profundamente enraizada no mundo natural e no relacionamento da humanidade com o Universo.
      As religiões monoteístas dominantes, em suas formas estabelecidas e heréticas, rejeitam a Natureza e o mundo material como tentações malfazejas, que desviam o verdadeiro crente do caminho espiritual. A Umbanda admite os perigos do ultramaterialismo, mas tem uma visão mais realista da Natureza, reconhecendo o papel da humanidade na roda cósmica da vida. A Umbanda veio unir o conceito filosófico crístico que leva a Deus, a fenomenologia da mediunidade (Kardec) e a vivência com à mãe Natureza.
      (Brasão de Freitas com adaptações do Pai Juruá) 

      A UMBANDA COMO RELIGIÃO
      Na evolução do sincretismo religioso afro-brasileiro, provavelmente com o Dr. Nina Rodrigues à frente, a partir de 1896, tiveram início as primeiras pesquisas dos cultos africanos, introduzidos no Brasil, hoje denominados de Candomblés e por extensão Kimbanda, Omolokô, Xangô e Linhas de Nações.
      Vamos encontrar, nos autores estrangeiros, estudos relacionados com o fetichismo africano e as várias fases de mesclagem com o judaísmo, o islamismo e o catolicismo principalmente.
      Encontramos alguns estudiosos a fazerem escavações atlantes e lemurianas procurando tirar, dos subterrâneos milenares, o fenômeno Umbanda. Será isso possível? A Umbanda já teria existido ou se originado com as características atuais das terras submersas da Atlântida e da Lemúria, como querem alguns estudiosos? Talvez...
      Mas, se a Umbanda, como verificamos no Rio de Janeiro, Estado do Rio, Espírito Santo, Estado de Minas, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e outros Estados, se apresenta freqüentemente com as características esotéricas das práticas do Candomblé africano – como poderemos encontrá-la nos milênios recuados – se tudo indica que o seu despontar, o seu nascedouro, como o afirmam muitos, se deu mesmo nas Terras de Santa Cruz, depois da intromissão de gente civilizada?
      Percebemos que ainda estão a confundir Umbanda com Candomblé...
      É possível! Entretanto...
      Nos dias que correm não devemos confundir Umbanda com o Candomblé africano ou o Candomblé de Caboclo, este último em larga proliferação em Salvador, Bahia e geralmente difundido no Rio de Janeiro e Estado do Rio, notadamente nas cidades satélites do Estado, como Caxias, São João de Meriti, Belfort Roxo, Éden, São Mateus e pelo ramal de Nova Iguaçu e, por outro lado da baía, nas cidades de Niterói e São Gonçalo.
      O Candomblé que se pratica nessas cidades é um pouquinho diferente daquele que nos descreve o professor Waldemar Valente, no livro “Sincretismo Religioso Afro-brasileiro.
      É um Candomblé com mais atrativos e funcional, com horários para consultas particulares, onde a maioria dos médiuns, ou “cavalos”, Babá, Ialorixá, ou Babalawô, se tornam profissionais do culto, fazendo comércio com sua mediunidade e com os Espíritos atuantes, em total desarmonia com os médiuns apóstolos do Cristo.
      Os designativos ou apelidos dos médiuns dos Candomblés são os mesmos usados e algumas Tendas de Umbanda.
      Não obstante os paradoxos entre as práticas de caridade limpa e as consultas sob pecúnia, alguns Terreiros do Candomblé também usam salvar a Nosso Senhor Jesus Cristo... O ritual além de muito longo, é cansativo..., com excesso de cânticos e saudações entrosadas com dialetos africanos..., estende-se pela madrugada adentro.
      Muitos Terreiros se excedem no uso de bebidas alcoólicas de variados tipos. Fazem matanças e oferendas de sangue e de comidas, inclusive... Recomendam despachos simples ou complicados...
      Sempre há um trabalho feito contra o consulente, que deve ser desmanchado através de obrigações, com outros despachos para estabelecer a contra magia.
      É a lei de Moisés, dizem, do olho por olho, dente por dente... Babás e Babalaôs e seus “filhos” de Terreiro, usam roupagens complicadas, vistosas e coloridas, de elevado custo, com abundância de colares de variados tipos, braceletes e outros adornos de grande efeito e valor, de maneira que corresponda o melhor possível às exigências dos “mortos” da grei e seus ascendentes, em face da herança e dos preceitos transmitidos de pai para filho... Colares e adornos que pretendem confundir com os “mantrans”. Mas é bonito e leva o “cavalo” a usar muitos quilos desses enfeites. Por todo esse sistema e armação, querem, também, chamar de Umbanda.
      Entretanto, convém que fique bem claro; o que entendemos por Umbanda, o que apreciamos em vários lugares, o que centralizamos para o nosso estudo é um pouquinho mais que as cerimônias barulhentas com batidas de atabaques e palmas, com gritos e assovios de Caboclos e de Índios, como se estivessem em plena selva comemorando algum feito guerreiro. A Umbanda que nos toca à sensibilidade é aquela onde se faz prece de abertura e encerramento das sessões. Onde se estabelece silêncio e se pede concentração. Onde se estabelece horário e se cumpre o horário. Onde a disciplina impera desde o chefe do Terreiro, homem ou mulher, o responsável pelos trabalhos espirituais, até os auxiliares menos graduados. Onde os atabaques ou tambores são usados somente em dias de festas, já que são instrumentos totalmente impróprios para dias de sessões públicas, denominadas de caridade e nos dias reservados à escola de médiuns. Atabaques e tambores que os sacerdotes africanos usavam a pleno Céu aberto, nos Terreiros adrede preparados para oficiar o culto, durante dias e noites, sem se darem conta de horários, nem de preocupações com trabalho e patrões...
      A Umbanda com a qual nos identificamos é aquela que tem finalidades elevadas e educativas, retificadoras e regenerativas, onde se recomenda a reforma íntima e a lei de amor ao próximo. Onde se aconselha o perdão e não se atiça o consulente à luta, ao acirramento. Onde já foi substituído o olho por olho de Moisés, pelo ensino de Jesus:“Quem com ferro fere, com ferro será ferido”, que corresponde a outro ensinamento: “Com a mesma medida que medirdes sereis medidos”.
      De modo que, além do passe o do conselho, ou da corrente de descarga, o adepto ou simpatizante tenha em vista a sua reforma, a sua melhoria, tanto material quanto espiritual, em sentido de seu aperfeiçoamento.
      A Umbanda em nossos dias, já é mais que a resultante do sincretismo progressivo; muito mais. A Umbanda é um movimento dinâmico produzindo magnetismo sadio por Espíritos selecionados, cujas falanges desenvolvem um trabalho de limpeza psíquica e o “toque” de despertar nas criaturas desorientadas, nos viciados, nos desiludidos, nos doentes de todos os matizes.
      São Espíritos que agem dentro das ondas vibratórias positivas, onde há perfeita sintonia e receptividade nas faixas de amor ao próximo, capaz de estabelecer, através dos médiuns, sua luz edificante. A Umbanda é qual rio caudaloso a distribuir ondas de luz radiosa e de renovação incessante, onde seus trabalhadores não medem sacrifícios para atender aos ensinamentos do Evangelho: “Fazei aos outros o que quereis que os outros vos façam”.
      Muito diferente do africanismo atuante em sua origem e mesclado no Brasil, onde a exploração e a ignorância estão em oposição ao “Daí de graça o que de graça recebeis”.
      A Umbanda é qual libélula que se desvencilhou da lagarta rastejante e alçou vôos para viver uma nova vida, vida de luz, de renovação, levando em suas asas as vibrações amigas de Paz, Caridade, Perdão e Amor.
      Promoção, renovação e constante evolução, são as características dinâmicas que observamos no variadíssimo sistema e método de trabalho, normas e práticas, quer em sessões de caridade, quer nas sessões de iniciação e preparo mediúnico onde já foram introduzidas lições doutrinárias do Evangelho de Jesus.
      A variedade encontrada nas sessões espirituais da Umbanda, dentro do terreno positivo, honesto, de servir sem pecúnia, de não fazer da Umbanda balcão de negócio é elemento que não pode ser desprezado, nem combater, exigindo uniformidade de rituais ou sistemas.
      Pois que, encontramos exatamente, na variedade de métodos e sistemas de trabalhos, um fator importantíssimo ao seu desenvolvimento, ao seu aprimoramento por todos os recantos das Terras do Cruzeiro. É preciso atender ao fator vibratório dos seus condutores, às condições do meio ambiente; a capacidades intelectuais, culturais, etc., dos médiuns ou aparelhos. É preciso, inclusive, respeitar as tendências, os gostos, quando os mesmo não sejam prejudiciais aos trabalhos.
      Em várias regiões do Brasil e variadíssimos ambientes, quer do Centro, Norte e Sul, nos detivemos em observações, levamos tempo para nos convencer que é na variedade que está a progressividade atuante deste maravilhoso fenômeno que se chama Umbanda.
      Não se deve esquecer a situação e nossos irmãos que foram convocados ao trabalho para sua própria redenção, desde o varredor de rua até o ministro das relações e o introdutor diplomático. A Umbanda atende à sintonia vibratória da maioria dos filhos de Deus, muitos esquecidos e alheios aos desígnios da Providencia Divina e, outros descrentes das religiões atuantes que lhes negaram e negam até o direito de raciocinar e o de conhecer a verdade mais próxima e lhes têm impingido a mentira atrás de atitudes veladas e dogmas que repugnam ao bom senso, ao infinito amor do Pai, de Deus.
      Sentimos a Umbanda como se fora uma esteira de luz a iluminar os filhos de Deus, nos caminhos das trevas. Vemos a Umbanda como se fora uma Casa de Saúde a restabelecer e a recompor os transeuntes abalados e afadigados. Percebemo-la como se fosse um grande hospital a curar as chagas morais e espirituais e as feridas dos doentes de todas as classes. Percebemos a Umbanda, naquele conselho de Jesus à mulher sofredora: “Vai e não peques mais”.
      Embora sem doutrina própria, a Umbanda chama a si todas as doutrinas evolucionistas que proclamam o Amor Universal, a imortalidade da alma, a vida futura e a reencarnação; consagrando-se como uma verdadeira religião de caráter nacional.
      Assim vemos a Umbanda despertando as consciências e iluminando as veredas para a ascensão do homem, do Espírito-imortal.
      Não confundir a Religião de Umbanda, com a Religião Espírita, com o Candomblé de Caboclo e muito menos com o Candomblé Africano – são como água e azeite, de mistura impossível.
      Nós, umbandistas, não seguimos a Religião Espírita, a Religião Católica, ou mesmo a Religião do Candomblé, mas simplesmente seguimos os ensinamentos crísticos, os Espíritos de luz e suas lições preciosas calcadas no Evangelho Redentor, sejam de onde foram quando encarnados.
      Muitos filhos, adeptos e freqüentadores do negativismo, têm chegado até a Umbanda e, vislumbrados com sua luz radiosa, não mais se perderão no caminho das trevas em que vegetavam até então.
      A propósito, examinemos este conceito do Espírito Emmanuel, em seu livro edificante, “Pensamento e Vida”. – “Com o auxilio dos múltiplos instrutores que nos guiam da cátedra e da tribuna, pelo livro e pela imprensa, retomamos no mundo a nossa realidade psíquica determinada pela soma de nossas aquisições emocionais e culturais no passado, com a possibilidade de mais ampla educação da verdade para o devido ajustamento à Vida Superior”.
      (Trechos extraídos do livro: Umbanda Cristã e Brasileira – Jota Alves de Oliveira – Ediouro – 1989”, com algumas adaptações do autor)

      A DOUTRINA UMBANDISTA
      Muitas pessoas só em ouvir falar em “Umbanda” já sentem ojeriza. Imaginam sacrifícios de animais, feituras de magias negras, amarrações, invocações demoníacas, ataques histéricos, baixo espiritismo e outras coisas terríveis. Nada disso tem a ver com a Umbanda, a religião que prega a caridade, o amor ao próximo, a reforma íntima, a evangelização, a adoração a Deus, e a fé inabalável que remove montanhas.
      É um tanto difícil falar de tão encantadora doutrina, pois quanto mais conhecemos mais nos aproximamos da bondade de Deus e da sua sabedoria. Mais nos encantamos, e mais descobrimos quão pequenos somos, e quanto ainda temos que aprender. Aprender a amar a Deus sobre todas as coisas e aprender a amar ao próximo como a si mesmo. Amar, amar e amar; aprender, aprender e aprender; trabalhar, trabalhar e trabalhar. E nesse contexto de amar, aprender e trabalhar é que devemos entender a Umbanda como uma corrente de fé, que por meio do contato com os Espíritos Santos de Deus, nossos Guias Espirituais, seres abnegados que já passaram por experimentações terrenas, onde muitos já alcançaram a plenitude da sabedoria universal e hoje se dirigem a nós no intuito de auxiliar-nos em nossa caminhada evolutiva, nem sempre fácil, mas sempre digna e merecedora do aprendizado.
      A Umbanda busca por meio da mediunidade, contatar os Espíritos da luz para que num elo “corpo e essência” os mesmo possam ensinar tudo aquilo que aprenderam em suas vidas e por diversos caminhos nos levar a uma mudança de pensamento e de vida, sempre para o bem, pautados nos ensinamentos eternos de Jesus.
      A Umbanda, durante uma Sessão de Caridade, manipula as energias cósmicas e da Mãe Natureza para auxiliar aqueles que necessitam, seja para uma cura espiritual, para uma cura física ou mesmo para um direcionamento na vida. Lembremo-nos, entretanto, que a Umbanda não presta auxílio somente aos encarnados, mas auxilia e muito os nossos irmãos que no plano espiritual sofrem, pelo remorso de suas consciências, pelas suas ignorâncias ou ainda por não terem entendido e vivenciado as verdades eternas. Os Guias Espirituais, em suas simplicidades, nos orientam para o único e inevitável caminho de todos os seres: Deus.
      Entendemos que a Umbanda é patrimônio dos Seres Espirituais de alta evolução que governam o planeta Terra e os seres humanos encarnados e desencarnados são herdeiros deste Conhecimento-Uno. Entretanto, a aquisição deste conhecimento cósmico depende de condições ou pré-requisitos que o indivíduo deva possuir para compreender a extensão e significado deste patrimônio.
      Ao processo de amplificação da consciência que conduz a integração de ser neste contexto, denomina-se “Processo Iniciático” ou Iniciação, no qual o pretendente busca o início das causas e origens do nosso Universo, a partir do conhecimento de si mesmo, e das leis que regem o macrocosmo.
      O Movimento Umbandista é um movimento filo-religioso que visa reestruturar o Conhecimento-Uno. Sua divulgação é estimulada pela Cúpula Astral de Umbanda, calcado nos ensinamentos crísticos, sob a égide do Mestre Jesus, pilar central da Umbanda e seus aspectos internos ou iniciáticos são propagados pelos Guias Espirituais, alicerçados em médiuns verdadeiros, devotos e conscientes de seu trabalho espiritual.

      Considerações sobre a Umbanda:
      A Umbanda é um conjunto de leis que regem a vida e a harmonia do Universo. Como religião ou como ciência, na Umbanda, tanto na prática ritualística material como na esfera espiritual das comunidades umbandistas, só se conhece uma hierarquia: a da evolução de cada Espírito nos diversos planos da criação, e a vibratória estabelecida pelo mérito de cada um. A par do conhecimento perfeito da vida, a Umbanda aproveita o ambiente material fornecido pela vibração humana para abrir o verdadeiro caminho da sabedoria onde se aprende que a verdade ou a realidade final do Universo é imutável. Dentro da concepção de que o aproveitamento material fornecido pelo homem é força ativa indispensável à realização da Umbanda, sobre o médium é que repousa integral responsabilidade, somente excedida pela sua própria compreensão quanto à missão que lhe é, por escolha, auto-imposta. A Umbanda é uma síntese expressiva de Amor, Sabedoria, Respeito, Tolerância e Renúncia, tal qual nos deparamos através do Evangelho de Jesus e dos ensinamentos crísticos através dos Mestres do Amor. O Umbandista dela se serve como meio de progresso e defesa, mas nunca como instrumento de ataque. Esta síntese de concepção atende tanto a uniformidade das comunidades Umbandistas, como diretamente fica subordinada às manifestações dos diversos planos de criação, quando emanadas de uma determinação superior, única e universal.
      • Umbanda é o sinônimo de prática religiosa e caritativa, não tendo cobrança pecuniária como uma de suas práticas usuais. Mas, é lícito o chamamento dos médiuns e das pessoas que freqüentam os Terreiros no sentido de mensalmente, contribuírem espontaneamente para a manutenção do mesmo ou para a realização de eventos de cunho religioso e assistencial aos mais necessitados. Vivemos para a Umbanda e não da Umbanda.
      • A Umbanda não aceita a tese defendida por adeptos dos cultos de nação, e que diz que só com a raspagem e catulagem e só com o sacrifício de animais é possível às feituras de cabeça, e os assentamentos dos Orixás, pois, para a Umbanda, a fé, o amor, a caridade, as rezas e as orações são os mecanismos íntimos que ativam Deus, seus Poderes Reinantes (Orixás), e os Guias Espirituais em beneficio dos médiuns e os freqüentadores dos seus Templos. Inclusive, em Umbanda, também não existe “coroação de médiuns”.
      • A Umbanda não recorre aos sacrifícios de animais para assentamentos magísticos, e não tem nessa prática legitima do Candomblé um dos seus recursos ofertatórios aos Poderes Reinantes do Divino Criador (Orixás) e nem “demandadores”, pois recorre às orações, rezas, desobsessões, ou se preciso, oferendas de flores, frutos, sucos, chás, alimentos, incensos e velas em manipulações magísticas. A fé, amor, rezas e orações são os principais fundamentos religiosos da Umbanda e suas práticas ofertatórias são isentas de materiais de baixa energia vibratória (sangue, ossos, carnes, etc.). A Oferenda, além de operação magística, é também uma reverência espontânea aos Sagrados Orixás e é recomendada a sua prática aos seus fiéis, onde os Sagrados Orixás e os Elementais da Natureza, ou os que se servem dela, simplesmente usam-nas, retirando as energias, devolvendo-as, para auxiliarem o oferendante.
      • A Umbanda é uma religião ainda difusa, devido à incorporação massiva de médiuns cujas formações religiosas se processaram em outras religiões, e cujos usos e costumes vão sendo diluídos muito lentamente para não melindrar os conceitos e as posturas religiosas dos seus adeptos, adquiridas fora da Umbanda, através de milênios, mas respeitadas por ela. Mas, tudo isso é providencial, pois cada um trouxe para a Umbanda àquilo que era necessário para a futura fundamentação doutrinária/ritualística/litúrgica/magística, excluindo somente as superstições, totemismos, fanatismos, dogmas, idolatrias e tudo mais que fere a vivenciação evangélica, aos ensinamentos crísticos, à razão e ao bom senso.
      • A Umbanda não é somente magística, mas faz uso da magia a fim de auxiliar seus prosélitos, para quando estiverem fortificados, possam ser doutrinados na prática do Evangelho Redentor e nos ensinamentos crísticos.
      • A Umbanda não apressa o despertar mediúnico ou doutrinário de seus fiéis, pois tem no tempo e na espiritualidade dois ótimos recursos para conquistar o coração e a mente de cada um.
      • A Umbanda tem na mediunidade de “incorporação” a sua maior fonte de adeptos, pois a mediunidade independente da crença religiosa das pessoas. Como a maioria das religiões condena os médiuns ou os segregam, taxando-os de pessoas possessas ou desequilibradas, então a Umbanda não tem que se preocupar, pois sempre será procurada pelas pessoas portadoras de faculdades mediúnicas, principalmente o dom paranormal de incorporação (psicofonia) mediúnica.
      • A reformulação de certos aspectos da Umbanda não depende somente dos escritores e dirigentes, que acreditamos tenham boa vontade para externarem aquilo que acham correto. Simplesmente todos somente fazem aquilo que suas mentes concebem como certo. Cremos que nunca vá existir um codificador ou mesmo uma codificação. A Umbanda é unilateral; se fosse para fazer um código, deveria ser com todo mundo junto e mesmo assim ainda teria as limitações. O que a Umbanda carece atualmente é de um reformulador, que irá contribuir para a disciplina, coordenação e assentamento doutrinário, calcado nos ensinamentos crísticos, na razão e no bom senso. Sabemos que somente com as benções dos Sagrados Orixás, com desprendimento, humildade, espírito de caridade e muito amor no coração, o que alguém escrever, e no momento certo, frutificará. O fato de não ter sido criada com uma codificação ritualística/litúrgica/magística, foi fundamental para a consolidação da Umbanda, pois caso fosse desde o início, o movimento se estreitaria, tornando-se reservado somente a alguns “escolhidos e iniciados”, com ritualísticas e liturgias codificadas, não permitindo o que viesse futuramente. A Umbanda dá liberdade para que todos os seus adeptos leiam e estudem todos os livros sagrados do mundo, aceitando tudo o que é bom e rejeitando tudo o que é mal. Seria impossível conceber, uma religião do porte da Umbanda, ser prejudicada pela desinformação, ou somente pelo egoísmo de seus dirigentes e seguidores materiais. Tudo aconteceu e acontece de conformidade com as diretrizes da Cúpula Astral da Umbanda. Confiemos, e envidemos todos os esforços para contribuirmos pela unificação doutrinária da Umbanda. O que realmente aconteceu, foi que o Caboclo das Sete Encruzilhadas ditou normas a serem seguidas por todos; normas essas que permeiam a essência do trabalho umbandista, por isso, devem ser seguidas rigorosamente, o que não acontece em praticamente a totalidade dos Terreiros da atualidade.
      • Os dirigentes umbandistas têm que se prepararem condignamente, para que acolham em seus Terreiros todas as pessoas portadoras de faculdades mediúnicas, e as auxiliarem em seus desenvolvimentos, preparando-as para que futuramente se tornem, também elas, os seus futuros dirigentes. Dirigente se forma com anos de trabalho ativo, iniciático e doutrinário dentro de um Terreiro Umbandista, e não tão somente por querer, e menos ainda através de cursos e literaturas. Aceitamos sim, “cursos especializados” que visam aperfeiçoar e capacitar os já reconhecidos dirigentes pela espiritualidade nos aspectos exteriores e magisticos. Os dirigentes têm, primeiramente, por obrigação, tornarem-se evangelizados e evangelizadores.
      • A Umbanda não é Espiritismo. Somente fundamentamos os estudos doutrinários mediúnicos e de entendimentos dos Espíritos, em somente três livros da Codificação Kardequiana: “O Livro dos Espíritos”, o “Livro dos Médiuns” e o “Evangelho Segundo o Espiritismo”; aceita e acata os ensinamentos de alguns Espíritos militantes no Espiritismo. A Umbanda, também é espiritualista porque incorporou conceitos e práticas espirituais universais (referentes ao mundo espiritual). Também manipula os elementos superiores da Natureza (comandadas pelos Anjos Planetários, os Sagrados Orixás), e trabalha com os Espíritos elevados, os Espíritos Tutelares (Guias Espirituais), para auxiliar as pessoas que freqüentam os Terreiros Umbandistas.
      • A Umbanda prega que os integrantes dos Poderes Reinantes do Divino Criador (os Sagrados Orixás), indissociáveis da Natureza terrena, não são deuses, mas sim, são seres dotados de alta Espiritualidade, Anjos e Arcanjos Planetários, recomendando a prática de rezas, orações e caridade como forma de reverenciá-los e invocá-los, e não somente festas e oferendas.
      • A Umbanda não alimenta em seu seio segregacionismo religioso de espécie alguma, e vê as outras religiões como legítimas, todas como ótimas vias evolutivas, permitidas pelo Pai Eterno, para acelerarem a evolução de vários setores regionais humanos. Cada qual, onde se afiniza. Para a Umbanda não existem religiões ruins, mas somente locais onde se reúnem pessoas de boa vontade, que praticam àquilo que acham ser o correto. Dão o melhor de si, e com certeza, auxiliam muitas pessoas.
      • Nas apresentações mediúnicas, com os Espíritos, a Umbanda procura mostrar arquétipos sociais e não raciais, ou seja, enfatiza grupos sociais a fim de serem aceitos e melhor compreendidos, e não defendendo e impondo fatores raciais. A Umbanda nos traz os arquétipos sociais/regionais que fazem parte de toda a nossa ancestralidade e por isso são aceitos sem ressalvas, nos fazendo sentir bem por estar em contato com Espíritos afins. O que a Umbanda não faz, é defender e impor as raças: negra, branca, amarela ou vermelha.
      • O aparente sincretismo foi previsto pela espiritualidade, para no menor tempo possível, angariar o maior número de adeptos, em decorrência da própria formação racial brasileira. Mas, na verdade, a Umbanda, que não é afro-descendente; não é sincrética, pois, Santo é Santo e Orixá é Orixá. Somente os culto-afros são sincréticos. O único sincretismo existente na Umbanda é dos arquétipos regionais dos Guias Espirituais, ligando-os aos tipos sociais brasileiros.
      • A Umbanda prega a existência de um Deus único e tem nessa sua crença o seu maior fundamento religioso, pois não o dispensa em momento algum em seus cultos religiosos; reverencia os Sagrados Orixás como sendo Poderes Reinantes do Divino Criador e não como deuses (divindades); os Espíritos elevados, Espíritos Tutelares (os Guias Espirituais), e não os dissocia Dele, o nosso Pai Maior. A Umbanda não encerrou Deus em quatro paredes, elegendo alguns “dignos” representantes D`Ele (Monoteísmo), mas sim, reconhece a presença Divina em tudo e em todos e que o Pai manifestasse de todas as formas através de uma hierarquia muito bem distribuída e disciplinada (Neo-Panteísmo). Por isso, Umbanda não é monoteísta, mas sim, Neo-Panteísta.
      • A Umbanda não é catolicismo, mas aceita e acata os Anjos e alguns Santos. A Umbanda não é culto-afro, mas aceita e acata, com entendimento próprio, a crença nos Orixás.
      • No atual momento terreno, encerra-se o primeiro ciclo do movimento umbandista no Brasil (100 anos). Atualmente caminhamos para o “tempo de escolha”, onde será separado o trigo do joio, para que a Umbanda floresça em toda a sua plenitude espiritual e material.
      O tempo é o melhor juiz de todas as coisas. Devemos envidar todos os nossos esforços a fim de contribuirmos para que a Umbanda seja higienizada, retirando de seu culto o folclore, o totemismo, as superstições, as excentricidades, o exagero dos cultos externos, o uso exagerado de oferendas, despachos, fantasias, adereços, vaidades, dançarias, manifestações circenses, etc., transformando-a numa religião na acepção da palavra, modificando o homem para melhor, e a fim de auxiliar sua religação a Deus. O maior fundamento da Umbanda reside na crença em Jesus, o Mestre dos Mestres, o Governador Espiritual do Planeta Terra e sua doutrina – Os Evangelhos, e nos ensinamentos crísticos, a fim de nos prepararmos para a grande jornada, que é o nosso reencontro com Deus.
      (Trecho extraído do livro: “Umbanda – A Manifestação do Espírito para a Caridade” – 2º Módulo – autoria: Pai Juruá)

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